RADIO PORTAL FLASH BACK

terça-feira, 26 de junho de 2018

Phenomena


Em meados dos anos oitenta, mais especificamente em 1985, surge um projeto com todas essas referências musicais oitentistas chamado Phenomena!

 O projeto tem a frente, como seus idealizadores, Tom Galley e seu irmão Mel Galley... Tom Galley era o principal fundador do projeto, que já vinha sendo desenvolvido por ele desde 1983 e trazia em seus propósitos a tarefa de reunir um supergrupo de músicos e artistas do Heavy Metal e Hard Rock.
 Inicialmente, a ideia era juntar as principais estrelas envolvidas nesses dois sub - gêneros do rock, tarefa essa praticamente impossível, já que para isso o projeto dependeria da boa vontade e do tempo dos demais artistas!
 Em 1985, Tom Galley consegue então reunir algumas das celebridades e dar o primeiro passo para a concretização de seu projeto! Assim neste mesmo ano é lançado o primeiro disco da banda de superstars do Rock ‘n’ Roll, intitulado Phenomena I. Este disco conta com a presença de: Glenn Hughes (Deep Purple, Black Sabbath, Trapeze) nos vocais, Mel Galley na guitarra, Neil Murray (Whitesnake, Black Sabbath) no baixo, Cozy Powell (Rainbow, Black Sabbath,Whitesnake, Jeff Beck Group) na bateria e Don Airey (Rainbow, Black Sabbath, Whitesnake, Ozzy Osbourne) e Richard Bailey (Whitesnake) nos teclados.
 Com o sucesso de crítica gerado pelo primeiro disco, três anos mais tarde, em 1988 para ser mais exato, é dado o próximo passo do supergrupo. O segundo disco Phenomena II – Dream Runner é lançado, agora com ainda mais renomes em sua formação, contando com: Ray Gillen (Black Sabbath, Badlands), Glenn Hughes, John Wetton (Asia, King Crimson, Uriah Heep) e Max Bacon nos vocais; Kyoji Yamamoto, Mel Galley, Scott Gorham (Thin Lizzy) e John Thomas nas guitarras; Neil Murray e John Wetton nos baixos; Michael Sturgis e Toshihiro Miimi na bateria; Leif Johansen e Richard Bailey nos teclados. Este disco por sua vez, levou o nome Phenomena ao auge de sucesso, sendo até os dias atuais considerado como o mais bem sucedido disco do grupo!
 Por causa de dois trabalhos tão bem sucedidos, e o sucesso a flor da pele, em 1993, novamente é reunido um supergrupo para a composição de um novo disco intitulado Phenomena III – Inner Vision!
 Seu line up agora contava com os nomes: Keith Murrell nos vocais, Brian May (Queen), Mel Galley, Scott Gorham nas guitarras, Michael Strugis na bateria e Leif Johansen nos teclados.
 Após este terceiro lançamento, o projeto parece ter ficado estagnado durante um bom tempo, voltando à ativa apenas em 2006 com o Pshycho Fantasy pela gravadora Escape Music/ AOR Heaven. Este disco traz grandes nomes que já haviam participado dos projetos anteriores como: Glenn Hughes (DEEP PURPLE, BLACK SABBATH), Tony Martin (Black Sabbath), Keith Murrell (Mama's Boys, Air Race), Mel Galley (Whitesnake, Trapeze) e JJ Marsh (Htp, Glenn Hughes). Esta seria a última participação de um dos homens que estavam à frente do projeto, já que Mel Galley (R.I.P) viria a falecer em 2008 por causa de um câncer no esôfago!
 Em 2010, mesmo sem a presença do saudoso Mel Galley, que esteve presente em todos os feitos anteriores do projeto, o Phenomena retoma a sua trajetória perante os holofotes com o disco Blind Faith! Dessa vez composto pelos músicos: Mike DeMeo, Rob Moratti, Tony Martin, Ralf Scheepers, Mikael Erlandsson, Robin Beck, Chris Ousey, Terry Brock e Steve Overland - vocais, Ian Crichton, Martin Kronlund e Jim Kirkpatrick – guitarras, Matt Sinner, Martin Kronlund e Henrik Thomsen - baixo, Imre Daun - bateria, Dan Helgesen - teclados.
 O Phenomena dessa forma se configurou em um grande projeto, com grandes nomes e consequentemente grandes composições.


quarta-feira, 13 de junho de 2018

Miljenko Matijevic



Conhecido também como Michael Matievich (29 de Novembro de 1964, Zagreb, Croácia) é um músico norte americano, de origem croata, conhecido por ser o vocalista da banda Steelheart e por possuir um dos registos vocais mais agudos dentro do Hard rock, sem recurso a falsetto, com uma extensão vocal que oscila entre C2-D6, difíceis de alcançar para um intérprete masculino.
  Viveu com o irmão e com os seus avós até 1970, altura em que os seus pais trasladaram os 2 irmãos para Scarsdale, em New York, nos Estados Unidos. Aos 7 anos mudam-se para Greenwich, no Connecticut. O irmão, John, aprendeu a tocar guitarra e Mili costumava dar voz a temas country. Aos 9 juntou-se ao coro da igreja. Com 11 anos descobre os Led Zeppelin. Uns anos depois, ele e o irmão formaram a banda Teazer, que interpretava covers dos Zeppelin e Sabbath, e tocavam alguns originais. Durante uma actuação em Nova Iorque, Don Stroh, convidou Miljenko para ensair com um grupo nos seus estúdios. Aí conheceu Chris Risola, James Ward e Jack Wilkinson e formaram os Red Alert. Por motivo de direitos de autor, algum tempo depois mudaram o nome para SteelHeart.
 No final da digressão pelos E.U.A. como banda de suporte para os Great White, os Steelheart foram convidados para um show adicional com os Slaughter, na McNichols Arena de Denver, no Colorado. Na noite de Halloween (31 de Outubro) de 1992, enquanto interpretava o tema Dancing in the Fire, Miljenko subiu a uma coluna de suporte de focos que não estava fixa ao chão. Quando o poste cedeu, Mili conseguiu largá-lo e correr mas não o suficiente para esquivar a meia tonelada de equipamento que lhe caiu sobre as costas e a cabeça. Conseguiu levantar-se sozinho e ir até ao backstage. Daí foi levado para o hospital onde lhe foi diagnosticado um traumatismo cranioencefálico grave, fraturas do arco e do osso zigomático, de nariz, do maxilar inferior e várias roturas na coluna cervical. No dia seguinte foi evacuado de helicóptero para Nova Iorque. Esteve 8 meses acamado e 2 anos em fisioterapia, sofreu uma grave perda de memória. Esse foi o último concerto que os Steelheart deram com a formação original.
 O acidente não apenas decretou o encerramento das atividades do Steelheart, o grupo jamais voltaria a tocar com a formação clássica, como chegou perto de decretar o óbito de Mike, A recuperação, além de levar muito tempo, lhe custaria muito caro: junto da fama e fortuna conquistadas, perdeu amigos, perdeu a família, perdeu sua casa, perdeu sua credibilidade como artista. Nem mesmo os fãs mais otimistas apostariam numa reviravolta.
 Mili perdera tudo, menos a vontade de dar a volta por cima. “Enquanto me recuperava, acabei me reencontrando”, disse em 2011. “Muitas boas lembranças foram apagadas da minha memória. Fiquei numa espécie de transe contínuo por três anos. Às vezes me pegava no meio da noite, dirigindo sem destino, sem saber o porquê daquilo. Ninguém me compreendia, a não ser eu mesmo, fui diagnosticado com lesão cerebral traumática e tive de reaprender concentração, foco e a reprogramar a mente”.
 Quatro anos após flertar com a morte, Miljenko trouxe seu Steelheart à vida novamente. Com os mercados americano e europeu dominados por desdobramentos do grunge e afins, concentrou seus esforços na Ásia, continente que sempre o abraçou e não o fizera diferente. Apesar da sonoridade que pouco dialogava com o velho Steelheart, Wait alcançou o primeiro lugar em diversos países do oriente. Durante o processo, Miljenko acordou; como se todas as sequelas do acidente que quase o matou tivessem ido embora; não havia mais demônios a exorcizar. Era o começo de um novo capítulo.

Atualmente, continua à frente dos Steelheart fazendo sua incrível performance, mesmo com a voz um pouco mudada após o acidente, tem o seu próprio estúdio de gravação, em Charlottesville, na Virgínia, e durante o período de convalescência comprou os direitos de autor dos 2 primeiros trabalhos dos Steelheart. É dono de uma marca de cafés com origem controlada.
 Mas nem só de glórias foi o ano de 1996: de volta para os EUA, Miljenko viu sua mãe morrer de câncer aos 56. No ano seguinte, foi a vez de Frankie, um amigo muito próximo sucumbir à mesma doença. Ainda em 1997, Mike voltou a atender pelo seu nome de batismo, Miljenko, codinome Mili.
 Ano 2000, o telefone toca na casa do seu irmão, em Connecticut. Do outro lado da linha está Tom Werman, produtor de álbuns clássicos do hard rock e também de Tangled in Reins, que faz uma proposta irrecusável ao vocalista: “Estou trabalhando em um filme, Metal God, e acho que você é o cara. Você topa fazer um teste?”. No dia seguinte, Mili embarca para Los Angeles, faz o teste e “É isso, você conseguiu, você é o cara.
 O filme em questão, Metal God, virara Rock Star, inspirado na história da ida de Tim “Ripper” Owens para o Judas Priest. Mike registraria os vocais que na telona seriam dublados por Mark Wahlberg, e We All Die Young, faixa de abertura de Wait, seria refeita com a ajuda peso-pesado de Zakk Wylde, Jeff Pilson e Jason Bonham para tornar-se o destaque da trilha sonora. Apesar da mística gerada em torno, o longa flopou bonito, e sua renda não cobriu o custo reportado de produção, distribuição e marketing, mas continua sendo um dos filmes de temática roqueira favorito.
 Mili foi um dos 3.938 vocalistas a fazer teste para o Velvet Revolver, aliás, qual cantor não pleiteou o microfone no Guns Sem Rose?, mas não deu em nada. O mesmo não se pode dizer do projeto Manzarek-Krieger, formado pelos ex-The Doors Ray Manzarek e Robbie Krieger: Matijevic foi a voz do grupo em duas turnês.
 Os esforços para reunir a formação clássica do Steelheart não obtiveram resultado — o sonho seria descartado em definitivo com a morte do baterista John Fowler em agosto de 2008. Mili, que durante um tempo tentou emplacar uma carreira solo como Mikey Steel, estava à deriva. Em 2006, o vocalista pegou a todos de surpresa com Just a Taste, uma espécie de EP preparatório do que estaria por vir. Quando Good 2B Alive finalmente viu a luz do dia, em novembro de 2008, ninguém mais se lembrava do que ouvira no compacto.
 Ao vivo, porém, o caráter saudosista, somado à vibração que o punhado de canções que Mili canta na trilha sonora de Rock Star exerce sobre o público, fez do show do Steelheart uma opção viável para inclusão em festivais de pequeno e médio porte nos EUA; muitos dos quais, dedicados exclusivamente às bandas do hard rock que o tempo havia varrido para debaixo do tapete; o crescente interesse nos grupos que faziam a cabeça da molecada na Los Angeles de vinte anos atrás colocou o Steelheart, entre outros, novamente nos trilhos.
 Jakarta, Indonésia, 2013. Um domingo à noite. Palco principal do festival Java Rockin’land. Um velho conhecido da galera sobe ao palco. Seu nome é Chris Risola. O guitarrista da formação clássica do Steelheart dá, então, os primeiros acordes de She’s Gone. Mas onde está Mili Matijevic? Uma clareira se abre na plateia. Lá está o vocalista. Todos os olhares, celulares e máquinas fotográficas se voltam para ele. Com seu vozeirão arranha-céus, afirma algo que todos nós sabemos: “My heart belongs to you”.






DISCOGRAFIA:
Steelheart (1990)
Tangled in Reins (1992)
Wait (1996)
Rock Star (banda sonora) (2001)
Just a Taste (EP) (2006)
Good 2B Alive (2008)