RADIO PORTAL FLASH BACK

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

David Gates

 David Ashworth Gates (Tulsa, 11 de dezembro de 1940) é um cantor, compositor e produtor musical norte-americano, ex-integrante da banda Bread. Ele e Robb Royer (um dos co-fundadores) são os únicos sobreviventes do grupo.
 Vocalista e tecladista do Bread, Gates sempre esteve rodeado pela música, sendo excelente pianista, baixista e guitarrista durante a escola secundária.
 Em 1957, seu primeiro êxito, Jo-Baby, foi registrado por Chuck Berry. David, então com 16 anos, a escreveu para sua namorada Jo Rita, com quem ele se casou e teve filhos enquanto estudavam na Universidade de Oklahoma.
 Em 1961, se mudou com a família para Los Angeles, principiando uma carreira como compositor e produtor. No final dos anos 60 colaborou com Elvis Presley, Bobby Darin, Merle Haggard e produziu em 1965 o hit de Glenn Yarborough, Baby, The Rain Must Fall.
 Em 1968, cria o Bread, a banda que chegaria às paradas de sucesso mundiais e do grupo faziam parte ainda Jimmy Griffin (10 de agosto de 1943 – 11 de janeiro de 2005), Robb Royer (6 de dezembro de 1942), mais tarde o baterista Mike Botts (8 de dezembro de 1944 - 9 de dezembro de 2005), e o tecladista Larry Knechtel (4 de agosto de 1940 - 20 de agosto de 2009).
 Em 1973, após inúmeros desentendimentos entre Griffin e Gates, a banda se separa e seus integrantes seguem carreira solo em diferentes direções. Contudo, nenhum deles alcançou separadamente o sucesso da união de antes. Em 1977 a banda volta a se reunir e lançou aquele que seria seu último álbum (Lost Without Your Love) que foi bem recebido pela crítica e público.
 David Gates lançou seus próprios álbuns, First e Never Let Her Go, em 1975, Goodbye Girl, em 1978, Falling In Love Again, em 1980, Take Me Now, em 1981, e Love Is Always Seventeen, em 1995.
 Várias de suas canções foram gravadas por artistas como Julio Iglesias e Boy George. Everything I Own é uma homenagem a seu pai, que foi a sua maior influência e principal incentivador. Foi gravada por The Kendalls & Joe Stempley de Nashville.
 Sua incrível habilidade e versatilidade como compositor o levou por vários gêneros musicais. David Gates continua a escrever e produzir no estúdio de gravação que possui em sua fazenda na Califórnia. Um dos seus principais sucessos após deixar o grupo é Take me Now (integrou a trilha sonora internacional da novela Brilhante, da Rede Globo), além de Goodbye Girl, que deu o Oscar de melhor ator para Richard Dreyfuss, em filme homônimo.

 David Gates já participou de dois álbuns da consagrada banda brasileira Roupa Nova; no disco Através dos Tempos, de 1997, o cantor fez dueto com o sexteto carioca na música De Ninguém, versão de The Guitar Man da banda Bread; no disco Natal Todo Dia, de 2007, foi a vez dele participar de Volte Neste Natal.

Discografia:
Bread:
1969: Bread
1970: On the Waters
1971: Manna
1972: Baby I'm-a Want You
1972: Guitar Man
1977: Lost Without Your Love

Solo:
1973: First
1975: Never Let Her Go
1978: Goodbye Girl
1979: Falling in Love Again
1981: Take Me Now
1995: Love is Always Seventeen
2002: The David Gates Songbook


terça-feira, 21 de novembro de 2017

LEVA

Música composta por Michael Sullivan e interpretada originalmente por ele, atingiu um grande sucesso na voz de Tim Maia.
 Apesar de parecer que foi composta para alguém, na verdade foi para o tema de fim de ano da Rádio Bandeirantes FM, em 1984, como declaração de amor da rádio para seus ouvintes.

 Tim Maia ouviu e resolveu grava-la, sucesso estourado na época e tocada até hoje com grande alcance de público.


segunda-feira, 30 de outubro de 2017

SECOS & MOLHADOS


Foi um grupo vocal brasileiro da década de 1970 cuja formação clássica consistia de João Ricardo (vocais, violão e harmônica), Ney Matogrosso (vocais) e Gérson Conrad (vocais e violão). João havia criado o nome da banda sozinho em 1970 até juntar-se com as diferentes formações nos anos seguintes e prosseguir igualmente sozinho com o álbum Memória Velha (2000).
 O nome foi criado por João Ricardo quando, nas proximidades de Ubatuba, em um dia chuvoso, viu uma placa de armazém balançando anunciando "Secos e Molhados". Isto lhe chamou a atenção; antes mesmo do surgimento da banda, surgiu a ideia do nome e alguns outros conceitos foram se formando. Passaram uma grande temporada em Crixás.

 No começo, as apresentações ousadas, acrescidas de um figurino e uma maquiagem extravagantes, fizeram a banda ganhar imensa notoriedade e reconhecimento, sobretudo por canções como O Vira, Sangue Latino, Assim Assado, Rosa de Hiroshima, que misturam danças e canções do folclore português como o Vira com críticas à Ditadura Militar e a poesia de Cassiano Ricardo, Vinícius de Moraes, Oswald de Andrade, Fernando Pessoa, e João Apolinário, pai de João Ricardo, com um rock pesado inédito no país, o que a fez se tornar um dos maiores fenômenos musicais do Brasil da época e um dos mais aclamados pela crítica nos dias de hoje.
 Seu álbum de estreia, Secos e Molhados I (1973), foi possível graças às tais performances que despertaram interesse nas gravadoras, e projetou o grupo no cenário nacional, vendendo mais de 700 mil cópias no país. Desentendimentos financeiros fizeram essa formação se desintegrar em 1974, ano do Secos e Molhados II, embora João Ricardo tenha prosseguido com a marca em Secos & Molhados III (1978), Secos e Molhados IV (1980), A Volta do Gato Preto (1988), Teatro? (1999) e Memória Velha (2000), enquanto Gérson continuou a tocar sozinho. Do grupo, Ney Matogrosso é o mais bem-sucedido em sua carreira solo, e continua ativo desde Água do Céu Pássaro (1975).
 Os Secos & Molhados estão inscritos em uma categoria privilegiada entre as bandas e músicos que levaram o Brasil da bossa nova à Tropicália e então para o rock brasileiro, um estilo que só floresceu expressivamente nos anos 80. Seus dois álbuns de estreia incorporaram elementos novos à MPB, que vai desde a poesia e o glam rock ao rock progressivo, servindo como fundamental referência para uma geração de bandas underground que não aceitavam a MPB como expressão. O grupo continua a ganhar atenção das novas gerações: em 2007, a Rolling Stone Brasil posicionou o primeiro LP em quinto lugar na sua lista dos 100 maiores discos da música brasileira e em 2008 a Los 250: Essential Albums of All Time Latin Alternative - Rock Iberoamericano o colocou na 97ª posição.

 A formação inicial do grupo era composta por: João Ricardo(violão de doze cordas e gaita), Fred(bongô) e Antônio Carlos ou Pitoco, como é mais conhecido. O som completamente diferente à época, fez com que o Kurtisso Negro de propriedade de Peter Thomas, Oswaldo Spiritus e Luiz Antonio Machado no bairro do Bixiga, em São Paulo, local onde o grupo se apresentava, fosse visitado por muitas pessoas, interessadas em conhecer o grupo. Entre os curiosos estava a cantora e compositora Luhli, com quem João Ricardo compôs alguns dos maiores sucessos do grupo O Vira e Fala.
 Fred e Pitoco, em julho de 1971, resolvem seguir carreira solo e João Ricardo sai à procura de um vocalista. Por indicação de Heloísa Orosco Borges da Fonseca(Luhli), conhece Ney Matogrosso, que muda-se do Rio de Janeiro para São Paulo. Depois de alguns meses, Gerson Conrad, vizinho de João Ricardo, é incorporado ao grupo. O Secos & Molhados começa a ensaiar e depois de um ano se apresenta no teatro do Meio, do Ruth Escobar, que virou um misto de bar-restaurante chamado Casa de Badalação e Tédio.
 No dia 23 de maio de 1973, o grupo entra no estúdio Prova para gravar em sessões de seis horas ao dia, por quinze dias, em quatro canais, seu primeiro disco, que vendeu mais de 300 mil cópias em apenas dois meses, atingindo um milhão de cópias em pouco tempo.
 Os Secos & Molhados se tornaram um dos maiores fenômenos da música popular brasileira, batendo todos os recordes de vendagens de discos e público. O disco era formado por treze canções que ao ver da crítica, parecem atuais até os dias de hoje. As canções mais executadas foram Sangue Latino, O Vira, e Rosa de Hiroshima. O disco também destaca inúmeras críticas a ditadura militar que estava implantada no Brasil, em canções como o blues alternativo Primavera nos Dentes e o rock progressivo Assim Assado, esta de forma mais explícita em versos que personificam uma disputa entre socialismo e capitalismo. Até mesmo a capa do disco foi eleita pela Folha de S.Paulo como a melhor de todos os tempos de discos brasileiros.
 O sucesso do grupo atraiu a atenção da mídia, que convidou-os para várias participações na televisão. As mais relevantes foram os especiais do programa Fantástico, da Rede Globo. Sempre apareciam com maquiagens inusitadas, roupas diferentes sendo uma das primeiras e poucas bandas brasileiras a aderirem ao glam rock.
 Em fevereiro de 1974, fizeram um concerto no Maracanãzinho que bateu todos os índices de público jamais visto no Brasil – enquanto o estádio comportava 30 mil pessoas, outras 90 mil ficaram do lado de fora. Também em 1974 o grupo saiu em turnê internacional que, segundo Ney Matogrosso, gerou oportunidades de criar uma carreira internacional sólida.
 Em agosto do mesmo ano, sai o segundo disco de estúdio da banda, que tinha em destaque Flores Astrais, único sucesso do disco. Lançamento pouco antes do fim da formação clássica da banda, por brigas internas. Talvez por isso o segundo álbum sem título, com uma capa preta, não tenha feito tanto sucesso comercial como o primeiro.
 Após o fim do grupo Secos & Molhados, os três membros seguiram em carreira solo. Ney Matogrosso lançou no ano seguinte, em 1975, seu primeiro disco solo com o nome de Água do Céu-Pássaro(recheado de experimentalismos musicais) e com o sucesso América do Sul. João Ricardo lançou também em 1975 seu disco homônimo, mais conhecido por Disco Rosa/Pink Record. Gerson Conrad juntou-se a Zezé Motta e lançou um disco também em 1975.
 João Ricardo adquiriu os direitos autorais sob o nome Secos & Molhados, após algumas brigas na justiça, e saiu à busca de novos músicos para que a banda tivesse novas formações.
A primeira formação após o fim do grupo em 1974 surgiu em maio de 1978, João Ricardo lançou o terceiro disco dos Secos & Molhados com Lili Rodrigues, Wander Taffo, Gel Fernandes e João Ascensão. O terceiro disco foi lançado, e mais um sucesso do grupo – o que seria o último de reconhecimento nacional, e único fora da formação original, Que Fim Levaram Todas as Flores?, uma das canções mais executadas no Brasil naquele ano, o que trouxe o novo grupo de João Ricardo às apresentações televisivas.
 No mês de Agosto de 1980, junto com os irmãos Lempé, César e Roberto, o Secos e Molhados lançaram o quarto disco, que não teve sucesso comercial. A quinta formação do grupo nasceu no dia 30 de junho de 1987, com o enigmático Totô Braxil, em um concerto no Palace, em São Paulo. Em maio de 1988 saiu o álbum A Volta do Gato Preto, que foi o último da década.
 Sozinho, em 1999, João Ricardo lançou Teatro? mostrando a marca do criador dos Secos e Molhados.
 De acordo com o sítio oficial da banda, João retomou os trabalhos do grupo em junho de 2011 com a entrada de um novo integrante, Daniel Iasbeck. A dupla lançou em novembro do mesmo ano o álbum autobiográfico intitulado Chato-boy. Em 2012 iniciaram nova turnê.
 A canção O Vira é passada para frente de geração à geração, e até hoje, trinta anos depois do fim da formação original do grupo, rádios e programas de televisão a executam.

 Em 2003 foi lançado o disco Assim Assado: Tributo aos Secos & Molhados, que contavam com versões das músicas do disco de 1973 na voz de outros artistas. Entre eles, Nando Reis, Arnaldo Antunes, Pitty, Tony Garrido, Ritchie e outros

FORMAÇÕES:
1971
João Ricardo (vocais, violão e harmônica)
Pitoco (violão)
Fred (percussão)
1973–74 (Formação clássica)
João Ricardo (vocais, violão e harmônica)
Gérson Conrad (vocais e violão)
Ney Matogrosso (vocais)
Tato Fischer (pianista)
Marcelo Frias (bateria e percussão)
Emilio Carrera (piano e órgão)
Sergio Rosadas (flauta)
John Flavin (guitarra)
Willy Verdaguer (baixo)

1977–78
João Ricardo (vocais, violão e harmônica)
Lili Rodrigues (vocais)
Wander Taffo (guitarra, violão)
João Ascensão (baixo)
Gel Fernandes (bateria)

1980
João Ricardo (vocais, violão e harmônica)
Cesar Lampé (vocais)
Roberto Lampé (vocais)
Carlos Amantor (vocais)
Mozarte Melo (guitarra, violão)
Roberto Lazzarini (teclados)
Jamil Joanes (baixo)
Alexandre (baixo)
Dadi (baixo)
Mamão (bateria)

1987–88
João Ricardo (vocais, violão e harmônica)
Tôto Braxil (vocais)
Edio França (guitarra)
Fermando (baixo)
Ninho (bateria)

1988–90
João Ricardo (vocais, violão e harmônica)
Tôto Braxil (vocais)

2011–12
João Ricardo (vocais, violão e harmônica)
Daniel Iasbeck (guitarra e vocal)

DISCOGRAFIA:
Secos & Molhados (1973)
Secos & Molhados II (1974)
Secos & Molhados III (1978)
Secos e Molhados IV (1980)
A Volta do Gato Preto (1988)
Teatro? (1999)
Memória Velha (2000)
Chato-Boy (2011)

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

THAT’S WHAT FRIENDS ARE FOR


 Lançada em 1985, gravada por Dionne Warwick e participação de Elton John, Gladys Knight e Stevie Wonder.
 Gravada em 1982 por Road Stewart para o filme Night Shift, Corretores do Amor no Brasil.

 A versão de Dionne Warwick & Friends foi direcionada para arrecadar fundos para o estudo da AIDS, estourou nas rádios brasileiras sendo uma das músicas mais executadas por aqui. 

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Song for Guy


É uma música composta por Elton John, basicamente instrumental, quase em seu fim diz a frase: A vida não é tudo, é a 6ª e última faixa de seu álbum de 1978 A Single Man.
 --Enquanto escrevia esta música um domingo, imaginei-me flutuando no espaço e olhando para o meu próprio corpo. Imaginei-me morrendo. Morbidamente obcecado com esses pensamentos, escrevi essa música sobre a morte. No dia seguinte, eu soube que Guy (Burchett), nosso mensageiro de 17 anos, tinha sido morto tragicamente com sua moto no dia anterior. Guy morreu no dia em que escrevi essa música--.
                                                                                                          Elton John

 Foi um tributo a Guy Burchett, um jovem funcionário da gravadora Rocket Records que foi morto em um acidente de motocicleta. A canção quase foi um sucesso mundial, sendo bem colocada em todas as paradas, exceto nos Estados Unidos e Canadá, onde a MCA, gravadora de Elton, não acreditou que a canção tinha potencial, devido ao recente sucesso de The Music Box Dancer.


quarta-feira, 20 de setembro de 2017

CBGB


O CBGB ou CBGB & OMFUG, sigla para Country, Bluegrass, and Blues and Other Music For Uplifting Gormandizers, foi um clube de música estadunidense, localizado no bairro East Village, em Manhattan, Nova Iorque. É notado por ter sido o berço de diversas bandas de renome, principalmente relacionados ao punk rock.
 Seu nome pode ser livremente traduzido como Country, Bluegrass e Blues e outras músicas para levantar os gulosos ou colocar os gordos pra suar.
Inicialmente o público do clube consistia em fãs de Country e Blues, assim como de algumas bandas que lá se apresentavam.
 Em 1965 foi inaugurado em Nova Iorque o clube Max's Kansas City, o primeiro lugar onde Lou Reed e o Velvet Underground, os New York Dolls, os The Stooges e Iggy Pop se apresentavam. Então em 1973 Hilly Kristal, proprietário do CBGB, decidiu abrir o clube para o público Punk Rock, recebendo shows do Television e, mais tarde, de Patti Smith.
 O lugar tornou-se muito conhecido como o berço do punk rock, e está marcado na história de bandas e pessoas como Television, Richard Hell, Johnny Thunders & The Heartbreakers, The Ramones, Blondie, Elvis Costello, The Dead Boys, The Misfits e de muitos outros personagens importantes da música dos anos 70 e 80 dos Estados Unidos. Foi palco de muitas historias envolvendo não só bandas americanas, mas também britânicas, como o Sex Pistols, e brasileiras como Supla e Ratos de Porão. No início de 1977 a The Damned foi a primeira banda britânica a se apresentar no CBGB.
 Embora as bandas não gostassem muito de se apresentar lá, por não ser um ambiente agradável, acabavam tocando por causa da pouca fama do local na época, pois o clube queria se tornar famoso.
 Algumas das mais importantes e engraçadas historias do lugar acabaram aparecendo no livro Mate-Me por Favor escrito por Legs McNeil e Gilliam McCain, e o livro mostra depoimentos de alguns personagens do CBGB. Sempre envolvidos em problemas financeiros, na última década o CBGB esteve prestes a fechar por causa de uma divida, causada principalmente pelo aumento exponencial dos aluguéis no Lower East Side, que na época já havia levado ao fechamento da maior parte dos negócios locais. Bandas como Misfits, Exploited, Anti-Nowhere League, Gorilla Biscuits, Vandals, Dead Boys, Flipper, Peter and the Test Tube Babies, Sham 69, Adrenalin O.D. voltaram a tocar juntas para arrecadar dinheiro e pagar a divida do lugar que as lançou para o sucesso. O proprietário Hilly Kristal conseguiu um acordo com a Bowery Residents Committee, que manteria o CBGB aberto pelo menos até 31 de Outubro de 2009. Atualmente o CBGB é uma loja de roupas.

 Em  19 de janeiro de 2015 diretamente para TV com 1h 41min foi lançado o filme CBGB - O BERÇO DO PUNK ROCK.

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Bohemian Rhapsody


 É uma canção composta em 1975 por Freddie Mercury, integrante da banda britânica Queen, e incluída no seu álbum A Night at the Opera. Esta canção não possui refrão, e consiste de três partes principais: um segmento de balada que acaba com um solo de guitarra, uma passagem operística e uma seção de hard rock. Nela, Freddie Mercury, Roger Taylor e Brian May cantam respectivamente nas tessituras média, aguda e grave. May toca a guitarra, Taylor toca bateria, tímpano e gongo, e John Deacon toca o baixo elétrico.
 Quando foi lançada como single, Bohemian Rhapsody se tornou um sucesso comercial, ficando no topo da UK Singles Chart por nove semanas e vendendo mais de um milhão de cópias até o fim de janeiro de 1976. Ela alcançou o topo das listas em diversos outros mercados, incluindo Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Irlanda e Holanda.
 O single foi acompanhado de um vídeo promocional, inovador para a época, e popularizou o uso de videoclipes para lançamento de singles , além de ter sido considerado o marco inicial da era da MTV. Apesar de a reação crítica ter sido inicialmente dividida, particularmente nos Estados Unidos, Bohemian Rhapsody continua sendo uma das músicas mais populares do Queen. A revista Rolling Stone a colocou na 163° posição da sua lista The 500 Greatest Songs of All Time, e considerou o seu solo de guitarra como o 20° melhor solo de todos os tempos.
 Freddie Mercury escreveu a maior parte de Bohemian Rhapsody em sua casa, em Holland Road, Kensington, no oeste de Londres. O produtor da música, Roy Thomas Baker, relatou como Mercury tocou para ele o início do trecho da balada: "Ele tocou o início no piano, e então parou e disse, 'E é aqui que a parte da ópera começa!' E então fomos jantar". O guitarrista Brian May disse que a banda considerou o projeto de Mercury para a música intrigante e original, e que merecia ser trabalhado. Grande parte do material do Queen, de acordo com May, era escrito no estúdio, mas essa música já estava na mente de Freddie antes de eles começarem. A musicóloga Sheila Whiteley sugeriu que o título se baseia fortemente na ideologia do rock contemporâneo, no individualismo do mundo boêmio do artista, com a rapsódia afirmando os ideais românticos do art rock. Comentando sobre seu boemismo, Judith Peraino disse que Mercury queria... [que essa música] fosse uma zombaria, algo fora do normal nas músicas de rock, e ela realmente segue uma certa lógica operística: coros de muitas vozes se alternam em solos melódicos, as emoções são excessivas, e o enredo é confuso.
 De acordo com Chris Smith (um pianista amigo de Mercury), Mercury começou a desenvolver Bohemian Rhapsody no fim da década de 1960. Mercury costumava tocar no piano partes de músicas que ele estava escrevendo, e uma de suas peças, conhecida como The Cowboy Song, continha letras que acabaram na versão completa que foi produzida anos depois, em 1975, especificamente Mama... just killed a man.
 As gravações começaram no Rockfield Studios, próximo de Monmouth, em 24 de agosto de 1975, depois de três semanas de ensaio em Herefordshire. Durante a produção da música foram usados outros quatro estúdios (Roundhouse, SARM, Scorpion e Wessex). De acordo com alguns membros da banda, Mercury preparou a música mentalmente em antecedência, e dirigiu a banda durante a produção. Mercury usou um piano Bechstein, no qual ele tocou no vídeo promocional e no tour pelo Reino Unido. Devido à natureza elaborada da música, ela foi gravada em várias partes e a junção foi realizada usando a batida da bateria para manter todas as faixas sincronizadas.
 A música consiste de seis partes: introdução, balada, solo de guitarra, ópera, hard rock e conclusão. Este formato, com mudanças abruptas de estilo, tom e andamento, era incomum em músicas de rock. Uma versão embriônica desse estilo já havia sido utilizada pela banda em "My Fairy King" e "The March of the Black Queen.
 May, Mercury e Taylor alegadamente cantaram suas partes vocais continuamente de 10 a 12 horas por dia. Toda a peça demorou três semanas para ser gravada, e algumas seções exigiram 180 overdubs separados. Já que os estúdios da época ofereciam fitas analógicas com apenas 24 canais, foi necessário que os três gravassem a si mesmos muitas vezes e então juntassem tudo em sucessivas submixagens. No fim, foram usadas fitas de até oitava geração. As várias seções de fita contendo as submixagens desejadas tiveram que ser cortadas com gilete e então montadas na sequência correta usando fita adesiva. Foi o single mais caro já produzido e uma das gravações mais elaboradas na história da música popular.

Introdução (0:00–0:49):
 A música começa com um coral a capella em quatro partes em si bemol maior - realizado com gravações em multicanais inteiramente de Mercury, apesar de o vídeo mostrar os quatro membros cantando esta parte. A letra questiona se a vida é real ou apenas fantasia antes de concluir que não pode haver escapatória da realidade.
 Após 14 segundos, o piano entra e a voz de Mercury se alterna com outras partes vocais. O narrador se apresenta como apenas um pobre garoto, mas declara que não precisa de simpatia porque ele vem fácil, vai fácil; um efeito cromático em vem fácil, vai fácil destaca a atmosfera onírica. O fim desta parte é marcado pela entrada do baixo e a familiar parte do piano em si bemol maior.

Balada (0:49–2:36):
 O piano começa a parte em si bemol maior junto com a entrada do baixo de Deacon, marcando o início dessa parte. Depois de ser tocada duas vezes, a voz de Mercury entra. Durante o curso da seção, os vocais evoluem de uma harmonia suavemente cantada para uma apaixonada performance solo de Mercury. O narrador explica para sua mãe que ele havia acabado de matar um homem com uma arma contra sua cabeça e, ao fazê-lo, jogou sua vida fora. Essa seção confessional, comentou Whiteley, é uma afirmativa da carinhosa e vivificante força do feminino e da necessidade de absolvição. A linha cromática do baixo faz uma modulação para mi bemol maior, o que sustenta o clima de desespero. É nessa altura (1:19) que a bateria de Taylor entra (apresentando o ritmo 1-1-2 de We Will Rock You em formato de balada), e o narrador faz a segunda de diversas invocações por sua mãe no novo tom, reutilizando o tema original. O narrador explica seu arrependimento por fazê-la chorar e pede à sua mãe que siga em frente como se nada importasse para ele. Uma breve variação descendente do piano conecta com duas repetições da parte em si bemol maior, introduzindo o segundo verso.
 Enquanto a balada prossegue em seu segundo verso, o narrador mostra quão cansado e abatido ele está por suas ações(enquanto May entra na guitarra e imita a tessitura superior do piano aos 1:50). May imita outro objeto de percussão (uma bell tree) durante a linha sends shivers down my spine(causa arrepios na espinha). O narrador dá adeus ao mundo, anunciando que ele tem que ir e se prepara para encarar a verdade, admitindo Eu não quero morrer / Às vezes, eu gostaria de nem ter nascido. Nesse momento, começa o solo de guitarra, que eventualmente passa por uma modulação com uma rápida série de notas descendentes, que levam a tonalidade para lá maior, marcando o início da seção ópera.

Solo de guitarra (2:36–3:03):
 Enquanto Mercury canta a linha ascendente Às vezes, eu gostaria de nem ter nascido, o volume de som aumenta, chegando ao solo de guitarra tocado e composto por May, que serve como uma ponte entre a balada e a ópera. A intensidade continua a crescer, mas assim que a nova tonalidade é estabelecida a banda emudece abruptamente aos 3:03, exceto pelo piano.
 O produtor Baker lembrou que o solo de May foi feito em apenas uma faixa, ao invés de gravar faixas múltiplas. May afirmou que queria compor uma pequena melodia que seria uma contrapartida da melodia principal; eu não queria apenas tocar a melodia. O guitarrista disse que seu melhor material provém dessa forma de trabalho, na qual ele pensa na melodia antes de tocá-la: os dedos tendem a ser previsíveis, a não ser que estejam sendo controlados pelo cérebro.

Ópera (3:03–4:07):
 Uma rápida série de mudanças rítmicas e harmônicas introduzem uma seção intermédia pseudo-operística, que contém a maior parte dos elaborados vocais, representando a descida do narrador ao inferno. Apesar de o pulso básico da música ser mantido, a dinâmica varia muito de compasso para compasso, desde apenas a voz de Mercury acompanhada pelo piano, até um coro de várias vozes apoiados pela bateria, baixo, piano e tímpano.[24] De acordo com Roger Taylor, a sua voz combinada com as de May e Mercury criou um amplo alcance vocal: "Brian podia alcançar notas muito baixas, Freddie tinha uma voz poderosa nas notas médias, e eu era bom com as notas altas." A banda quis criar "uma parede de som, que começa baixa e vai até o alto."[10] A banda usou o efeito de sinos para as expressões "Magnifico" e "Let me go".[24] Além disso, em "Let me go", Taylor, cantando a parte mais alta,[24] continua por um tempo após o "coro" ter parado de cantar.
 Referências líricas nesta passagem incluem Scaramouche, o fandango, Galileo Galilei, o Figaro, e Bismillah, enquanto facções rivais lutam pela alma do narrador. Peraino chamou a sequência tanto de um julgamento em quadrinhos e um rito de passagem... um coro acusa, outro defende, enquanto o herói apresenta a si mesmo como pacífico e astuto. A introdução da música é lembrada em I'm just a poor boy, nobody loves me. A seção conclui com um tratamento completo de coral na frase Beelzebub has a devil put aside for me!, num bloco em si bemol maior. Usando a tecnologia de 24 faixas disponível na época, a seção ópera demorou cerca de três semanas para ser finalizada.

Hard rock/Heavy metal (4:07–4:56):
A seção operística leva a um agressivo interlúdio musical hard rock/heavy metal, com um riff de guitarra escrito por Mercury. Aos 4:15, Mercury canta palavras raivosas dirigidas a um você não especificado, acusando-o(a) de traição e abuso e insistindo que ele(a) não pode fazer isso comigo, o que poderia ser interpretado como um flashback para certos eventos que levaram à seção de balada(acabei de matar um homem). A guitarra toca três passagens ascendentes e Mercury novamente executa uma parte em si bemol maior, enquanto a música se aproxima do final com um ritardando.

Conclusão (4:56–5:55):
Depois de May tocar algumas notas, a música retorna ao tempo e forma da introdução, inicialmente em mi bemol maior, antes de rapidamente mudar para dó menor, e logo entra em uma série de modulações curtas, voltando ao dó menor em tempo para a seção nothing really matters final. Uma guitarra acompanha o coro ooh, ooh yeah, ooh yeah. Uma melodia é tocada por um amplificador criado por John Deacon, carinhosamente apelidado de Deacy Amp. A linha de Mercury Nothing really matters... aparece novamente, embalado por leves arpejos de piano, sugerindo tanto a resignação(tonalidades menores) quanto um novo sentido de liberdade no amplo leque vocal. Depois que a linha nothing really matters é repetida várias vezes, a música finalmente acaba em mi bemol maior. A última parte da letra, cantada calmamente, Anyway the wind blows é seguida pela batida de um gongo, que marca o fim da música.
 O The New York Times comentou que a característica mais distintiva da música é a letra fatalista. Mercury se recusou a explicar sua composição, dizendo apenas que se tratava de relacionamentos; a banda ainda protege o segredo da música. Brian May apoia sugestões de que a música possui referências veladas a traumas pessoais de Mercury, relembrando que Freddie era uma pessoa muito complexa: irreverente e engraçada no exterior, mas escondia inseguranças e problemas com sua vida e sua infância. Ele nunca explicou a letra, mas eu acho que ele colocou muito de si mesmo naquela música. May, entretanto, diz que a banda concordou que o ponto central da letra era um problema íntimo do compositor. Em um documentário da BBC Three sobre o making of de Bohemian Rhapsody, Roger Taylor afirmou que o verdadeiro significado da música é bastante auto-explicativo, apenas com um pouco de nonsense no meio.
 Entretanto, quando a banda lançou seu cassette Greatest Hits no Irã, um folheto em Persa foi incluído com tradução e explicações(referenciando um livro publicado no Irã, chamado The March of the Black Queen de Sarah Sefati e Farhad Arkani, o qual incluía uma trajetória completa da banda e letras completas com tradução para o persa). Na explicação, Queen diz que Bohemian Rhapsody fala sobre um jovem homem que acidentalmente matou alguém e, como Fausto, vendeu sua alma ao diabo. Na noite anterior à sua execução, ele chama pelo Deus dos Mulçulmanos, Bismillah, e com a ajuda de anjos, recupera sua alma de Shaitan.
 Apesar disso, críticas, tanto jornalísticas quanto acadêmicas, especularam sobre o significado por trás da letra da música. Alguns acreditam que ela descreve um assassino suicida atormentado por demônios ou retrata eventos que precedem uma execução. Essa última explicação aponta, como uma provável inspiração, para o romance de Albert Camus, O Estrangeiro, no qual um jovem confessa um assassinato por impulso e tem uma epifania antes de ser executado. Outros acreditam que a letra foi escrita apenas para se encaixar na música, e que não possui significado; Kenny Everett citou Mercury afirmando que a letra era apenas um nonsense aleatório e com rimas. Mesmo assim, outros interpretaram a letra como uma maneira de Mercury enfrentar seus problemas pessoais.

-É uma daquelas músicas que possui um sentimento de fantasia. Eu acho que as pessoas deveriam apenas ouví-la, pensar sobre ela, e então refletir sobre o que ela tenta lhes dizer... Bohemian Rhapsody não surgiu do nada. Eu pesquisei um pouco, apesar de ser uma brincadeira que zomba da ópera. Por que não?
—Freddie Mercury--

 Quando a banda quis lançar o single em 1975, vários executivos sugeriram que, com 5 minutos e 55 segundos, a música era longa demais e nunca se tornaria um hit. De acordo com o produtor Roy Thomas Baker, ele e a banda contornaram essa decisão corporativa ao tocar a música para o DJ da Capital Radio, Kenny Everett: Nós tínhamos uma versão completa, mas dissemos que ele só podia recebê-la se prometesse não tocá-la. Eu não vou tocar, ele disse, piscando o olho". Seu plano funcionou - Everett provocou seus ouvintes ao tocar apenas partes da música. A demanda da audiência se intensificou quando Everett tocou a música inteira em seu show 14 vezes em dois dias. Hordas de fãs tentaram comprar o single na segunda-feira seguinte, apenas para serem informados pelas lojas de discos que ele não havia sido lançado. No mesmo fim de semana, Paul Drew, que dirigia as estações RKO nos Estados Unidos, ouviu a música no show de Everett, em Londres. Drew conseguiu uma cópia da fita e começou a tocá-la nos EUA. Em uma entrevista com a Sound on Sound, Baker refletiu que foi uma situação estranha onde rádios de ambos os lados do Atlântico estavam quebrando recordes com uma música que as empresas disseram que não seria tocada! Eventualmente, o single sem edições foi lançado, com I'm in Love with My Car no Lado B.
 A música se tornou a número um do Natal de 1975 nas paradas do Reino Unido, mantendo a posição por nove semanas. Bohemian Rhapsody foi a primeira música a alcançar a primeira posição duas vezes com a mesma versão, e também foi o único single a ter sido número um de Natal no Reino Unido duas vezes com a mesma versão. A segunda vez foi no seu relançamento(junto com These Are the Days of Our Lives) em 1991, logo após a morte de Mercury, ficando no primeiro lugar por cinco semanas.
 Nos Estados Unidos o single foi um sucesso(apesar de numa escala menor do que no Reino Unido). O single original, lançado no início de 1976, alcançou a nona posição na Billboard Hot 100, enquanto que no relançamento em 1992(programado para sair junto ao filme no qual aparecia, Wayne's World) alcançou a segunda posição. Em uma entrevista retrospectiva, Anthony DeCurtis, da revista Rolling Stone, explicou a performance inicial relativamente fraca da música nos EUA, dizendo que era um excelente exemplo do tipo de coisa que não se dá muito bem na América. Sua longa permanência nas paradas, 24 semanas, resultou em ser listada como 18° dentre os maiores hits de 1976 - mais alto do que alguns singles que alcançaram número 1 no mesmo ano. O single também recebeu disco de ouro por vender mais de um milhão de cópias nos EUA. Com o público canadense o single se saiu melhor, alcançando a primeira posição nas paradas nacionais em 1 de maio de 1976.
 Apesar de alguns artistas terem feito antes videoclipes para acompanhar músicas(incluindo o próprio Queen; por exemplo, Keep Yourself Alive, Seven Seas of Rhye, Killer Queen e Liar já tinham propagandas populares), só depois do sucesso de Bohemian Rhapsody é que a produção de vídeos promocionais para singles se tornou uma prática regular da indústria da música. Esses vídeos podiam ser mostrados em shows na TV, como o Top of the Pops da BBC, sem a necessidade do artista aparecer pessoalmente. Um vídeo promocional também permitia que o artista tivesse sua música transmitida e acompanhada por um visual de sua escolha, ao invés de dançarinos, já que poderia ficar estranho dançar numa música tão complexa. O vídeo tem sido reconhecido como o lançamento da era da MTV.
 A banda foi contratada pela empresa Trilion, que fornecia cobertura de esportes para a ITV. Um de seus caminhões foi alugado e enviado ao Elstree Studios, onde a banda estava ensaiando para seu tour. O vídeo foi dirigido por Bruce Gowers, que também dirigiu um vídeo da apresentação da banda em 1974 no Rainbow Theatre, Londres, e foi gravado pelo cameraman Barry Dodd e o assistente Jim McCutcheon. O vídeo foi gravado em apenas quatro horas, em 10 de novembro de 1975, e custou £4,500. O diretor disse que toda a banda estava envolvida na discussão do vídeo e do resultado final, embora houvesse apenas um líder.
 O vídeo inicia com uma imagem dos quatro membros da banda na penumbra, enquanto cantam a parte a capella. As luzes se apagam, e a imagem muda para close-ups de Freddie. A composição da imagem é a mesma da capa do seu segundo álbum, Queen II. A foto, inspirada em uma fotografia da atriz Marlene Dietrich, era a imagem favorita da banda. O vídeo então muda para a banda tocando seus instrumentos. Na seção operística o cenário volta às posições do Queen II, depois do que eles retornam ao palco durante a parte de rock.
 Todos os efeitos especiais foram realizados durante a gravação, e não por edição. O efeito visual do rosto de Mercury aparecendo em cascata(durante a linha ecoada go) foi realizada ao apontar a câmera para um monitor, dando feedback visual, um brilho semelhante ao feedback de áudio. O efeito de colmeia foi criado usando uma lente modificada. O vídeo foi editado em cinco horas, pois deveria ser transmitido na mesma semana em que foi gravado. Foi enviado para a BBC assim que terminado, e transmitido pela primeira vez em Top of the Pops, em novembro de 1975. Depois de algumas semanas em primeiro lugar, foi criada uma versão editada. As diferenças mais óbvias são as chamas sobrepostas e diversos ângulos de câmera alterados.
 Apesar de ter se tornado uma das mais reverenciadas músicas na história da música popular, algumas reações críticas iniciais foram fracas. Mesmo assim, a música recebeu numerosos prêmios, e tem sido parodiada e interpretada por muitos artistas. Em 1977, apenas dois anos depois de seu lançamento, a British Phonographic Industry nomeou Bohemian Rhapsody como o melhor single britânico no período de 1952-1977. O single está regularmente presente em enquetes de melhores músicas, e foi nomeada pelo Guinness Book of Records como o melhor single britânico de todos os tempos. Em 2004 a revista Rolling Stone colocou a música em centésimo sexagésimo terceiro lugar na sua lista The 500 Greatest Songs of All Time. A música também está listada na Rock and Roll Hall of Fame's 500 Songs that Shaped Rock and Roll".
 A música alcançou décimo lugar na enquete da BBC World Service, para encontrar a canção favorita em todo o mundo. Em 2000, ela ficou em segundo lugar, atrás de Imagine de John Lennon, na enquete do Channel 4 sobre The Best Number 1s. Ela tem estado nas cinco primeiras posições do anual All-time Top 100 Singles holandês desde 1977, alcançando a primeira posição em oito ocasiões, mais do que qualquer outro artista. Em 1999, a enquete anual Top 2000 começou a procurar as melhores músicas já criadas, e Bohemian Rhapsody tem sido a número um em todos os anos, com exceção de 2005 e 2010.
 Em 2004, a música foi incluída no Grammy Hall of Fame. Até 2004 Bohemian Rhapsody foi a segunda canção mais tocada na rádio britânica, em clubes e em jukeboxes coletivos. A BBC Radio 2 revelou, no aniversário de 50 anos da UK Charts, numa lista das 100 maiores músicas, que Bohemian Rhapsody foi a música mais tocada desde o lançamento da rádio, seguida de Imagine de John Lennon e Hey Jude dos Beatles. Em 2004 a BBC Three apresentou a música como parte de sua série de documentários The Story of..., dedicado a músicas específicas. Transmitido pela primeira vez em dezembro de 2004, o programa mostrou a história da música, discutiu suas credenciais, e levou Roger Taylor e Brian May de volta a um dos estúdios no qual a música foi gravada.
 Em 1992, a canção foi cantada pelo cantor britânico Elton John e por Axl Rose no concerto de tributo a Freddie Mercury, The Freddie Mercury Tribute Concert.] Em 1997, foi gravada por Montserrat Caballe e por Bruce Dickinson para o álbum Friends For Life. Em 2009, os The Muppets gravaram e lançaram digitalmente como single uma versão da música com um toque infantil. Também foi feito um vídeo musical do single, dirigido por Kirk Thatcher. No mesmo ano, a cantora Pink cantou a canção na paragem da digressão Funhouse Tour na Austrália. No ano seguinte, o elenco da série de televisão americana Glee fez uma versão no episódio Journey. Em 2011, Christina Aguilera, Cee Lo Green, Adam Levine e Blake Shelton fizeram uma versão no reality show The Voice. Mais tarde, a versão foi utilizada no comercial de lançamento do carro Volkswagen Fox Rock in Rio. Em 2015, The Forest Rangers, The White Buffalo, Billy Valentine & Franky Perez gravaram uma versão para o primeiro episódio da sétima temporada do seriado Sons of Anarchy. Em 2016, a música foi colocada nos trailers do filme Esquadrão Suicida. Em 2017, o grupo a capella Pentatonix (PTX) fez uma versão apenas com vozes.

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

ERIC CARR


Nova Iorque, *12 de julho de 1950 - Nova Iorque, +24 de novembro de 1991, nome artístico de Paul Charles Caravello, foi um músico de rock americano, famoso pelo seu trabalho como baterista da banda Kiss na década de 1980 após a saída de Peter Criss. Nos palcos, Eric assumia a personalidade de The Fox(A Raposa). Ele permaneceu como baterista do Kiss até sua morte aos 41 anos em 1991, causada por complicações decorrentes de um câncer no coração.
 Nascido Paul Charles Caravello na cidade de Nova Iorque em 12 de julho de 1950, filho de Albert e Connie Caravello e proveniente de uma família de músicos, ele passou sua infância em Brownsville, bairro residencial do distrito do Brooklyn, parte leste da capital nova-iorquina. Seu pai trabalhava muito e por isso a relação de ambos era distante: "Nunca fomos a um jogo de beisebol ou esse tipo de coisa". Quando jovem, o futuro baterista passava grande parte de seu tempo sozinho em seu quarto brincando com soldadinhos ou monstros de brinquedo.
Caravello estudou na High School of Art and Design em Nova Iorque e planejava ser cartunista, mudando de ideia algum tempo depois para fotografo. Carr declarou posteriormente que tal época foi uma grande perda de tempo, pois ele e seus amigos não levavam os trabalhos e o futuro de suas carreiras a sério, bebendo sempre que possível. No entanto, ele se descrevia como um bom garoto no geral, nunca tendo feito nada que criasse grandes problemas. Ele conta também que era um dos únicos garotos que usava cabelos longos na escola, isso devido ao seu amor pelos Beatles.
 Em 1968 ele se formou na escola, justamente a época em que Nova Iorque passou por uma série de protestos e motins e o Brooklyn experimentou um grande êxodo da população branca, passando a se tornar um bairro predominantemente de afro-americanos. A respeito disso, Caravello declarou: "Eu nunca tive problemas com ninguém, eu tinha amigos negros e nunca cresci pensando nesse tipo de coisa.
 Ainda na escola, Caravello tocou em uma série de bandas, realizando diversos covers de músicas que estavam nas paradas de sucesso. Naquela época, conforme ele disse posteriormente, as músicas de maior sucesso eram diversificadas, incluindo "funk, baladas, rock, country e de tudo. Foi um grande momento para o rádio. Sua primeira banda chamava-se The Cellarmen e foi formada em 1965 por ele e seus amigos. Eles tocavam em alguns clubes no Brooklyn e Queens e até tiveram algumas gravações lançadas pela Jody, uma pequena gravadora local que existia na época. Após isso, Caravello foi para uma banda chamada Things That Go Bump In The Night e logo depois para outra chamada Smack, sendo que a última era formada por quase todos os membros da Cellarmen, que havia se dissolvido em 1968.
 Em 1970, passou a integrar o Salt & Pepper (chamada assim porque metade de seus membros eram brancos e metade eram negros), uma banda que tocava covers de diversos gêneros. Em 1973, a banda mudou seu nome para Creation e passou a tocar música disco. Em 1974, uma tragédia aconteceu: durante uma apresentação na discoteca Gulliver, em Port Chester, Nova Iorque, um incêndio tomou conta de local, matando dezenas de pessoas, incluindo o tecladista e o vocalista da banda. Caravello escapou e ajudou a salvar uma das vocais de apoio da banda. Mais tarde descobrira-se que o incêndio foi iniciado por um ladrão que colocou fogo no prédio adjacente para encobrir rastros.
 A banda recebeu doações para substituir seus equipamentos destruídos e continuaram a tocar, às vezes usando o nome de Bionic Boogie. No período em que existiu, a banda alcançou um sucesso razoável na noite nova-iorquina, inclusive abrindo shows para nomes consagrados, como Stevie Wonder e Nina Simone. Carr continuaria na banda até 1979, que se dissolveria no final do mesmo ano. Mais tarde, ele descreveria a banda da seguinte maneira: "Foram basicamente como minha família por nove anos”.
 Em dezembro de 1979, ele entrou para o Flasher, um quarteto de rock que fazia covers. Após três semanas de ensaios, eles foram tocar em clubes. Nessa época, Carr começou a refletir sobre sua carreira como músico e todos os anos que já havia feito aquilo interruptamente e com pouca recompensa, considerando a possibilidade de abandonar esse tipo de trabalho.
"...estávamos fazendo um dinheiro realmente péssimo – algo como 10, 7 dólares por noite, qualquer coisa assim... muito, muito terrível. Apenas para contraste, eu costumava ganhar US$15 por noite quando tinha 16 anos, e, agora com quase 30 anos, estava fazendo algo como US$7 por noite! Obviamente, então eu não estava fazendo o melhor – eu estava indo pelo sentido contrário, entende?!"—Eric Carr.
 Para pagar suas dividas e a manutenção de seu Dodge Colt 1973, Carr trabalhava durante o dia em reparo de fogões em residências. Na mesma área de atuação, ele também trabalhava com seu pai em consertos na Jamaica Stove Corp. no Brooklyn.
 Mesmo após a saída do tecladista Paulo Turino, o Flash manteve-se como um trio, com todos os integrantes tanto tocando quanto fazendo os vocais. Eles tocavam em clubes em Long Island e Nova Iorque, com covers de Joe Jackson, Van Halen, Led Zeppelin, Jimi Hendrix, entre outros.
 O pagamento diminuiu ainda mais e Caravello pediu demissão em maio de 1980. Nesse ponto, ele considerou desistir da música, pois já tinha 30 anos e não havia alcançado nenhum sucesso real, recebendo salários ínfimos e praticamente nenhum tipo de reconhecimento.
 Pouco tempo depois, teve um encontro casual com Turino, o antigo membro de sua ex-banda, em um clube no Queens. Turino contou a Caravello sobre a saída de Peter Criss do Kiss e sugeriu ao colega para tentar uma audição para a vaga de baterista.
 Ele enviou uma fita cassete para o Kiss com o single Shandi, último lançamento da banda até então, desempenhada por ele e com sua voz por cima do vocal de Paul Stanley. Colocou a fita em uma pasta laranja brilhante para torná-la destacada visualmente. Jane Grod, funcionário do Kiss, declarou anos depois que escolheu o envelope para ser um dos analisados justamente pelo destaque que tinha no meio da pilha.
 Ao aguardar do lado de fora da sala de audição, Caravello viu os três membros do Kiss, Ace Frehley, Gene Simmons e Paul Stanley pelo corredor. Ele era uma das únicas pessoas fora do círculo de familiares, amigos, músicos e parceiros de negócios que tinha visto o Kiss sem maquiagem até então. Paul eu reconheci imediatamente. Os outros eu não tinha certeza.
 Caravello seria o último baterista a ser ouvido pela banda. Ele pediu para os três autografarem a lista de músicas que indicava o que deveria tocar, para o caso de nunca mais os ver na vida. De acordo com ele, sua audição foi filmada. Na audição, pareceu confortável e tocou com naturalidade, fazendo os arranjos perfeitamente bem, ainda mais porque já havia estudado as versões gravadas das músicas. Ele disse ainda que não ficou nada impressionado com a performance do Kiss durante a audição: "Eles estavam horríveis!" "Eu tive que lembrá-los: 'Não, você então essa harmonia, eu faço essa!'... coisas assim. Foi ótimo! Imediatamente nós estávamos trabalhando juntos, eu sei que isso os deixou impressionados.
 Uma vantagem significativa para Caravello conseguir a vaga pode ter sido devido ao seu relativo anonimato, uma vez que era importante para a banda manter a mística em torno dos membros. De acordo com Paul Stanley: "Foi muito importante para nós termos alguém que era desconhecido. Nós não queríamos alguém que na semana passada estava na banda de Rod Stewart ou no Rainbow." Por isso, o press release anunciando a admissão de Carr ao Kiss indicava três anos a menos do que a idade real do baterista, a fim de confundir aqueles que procurassem informações sobre sua verdadeira identidade.
Maquiagem e persona:
 O tempo era curto e a banda passou por dificuldade para chegar a uma persona e nome artístico para Caravello antes do concerto de estreia.
"Nós nunca realmente dissemos que ele estava na banda", declarou Paul Stanley no programa Night Flight da USA Network em 1983. "Nós apenas dissemos: 'Dentro de duas semanas estaremos tocando.'"
Como Integrante do Kiss:
 O primeiro nome artístico considerado por Caravello foi Rusty Blade, mas Gene Simmons o dissuadiu. Ele então decidiu o seu nome definitivo com muito cuidado: ele notou que, enquanto o nome artístico dos outros membros tinha três sílabas longas, o nome de Criss era diferente do esquema de sílabas seguido pelo resto da banda, Peter Criss tinha duas sílabas seguidas de uma única sílaba. Então ele decidiu que seu nome teria o mesmo padrão rítmico de Criss, escolhendo um nome formado por uma dissílaba e uma monossílaba de sobrenome, a fim de que quando alguém dissesse o nome de todos os membros em seguida, ainda soasse da mesma maneira aos ouvidos. Carr veio de Caravello, seu nome de batismo, já Eric veio de uma lista de nomes que sua namorada na época havia lhe dado.
 Para a sua persona no palco, Carr inicialmente tentou ser The Hawk(O Falcão). O conceito de maquiagem parecia muito difícil de ser criado e um projeto adequado nunca chegou a ser feito. Já o traje era amarelo-alaranjado brilhante. Paul Stanley odiou a ideia e disse que o projeto parecia o personagem Garibaldo. Então outra persona começou a ser pensada. Com a banda em cima dos prazos(faltavam apenas duas semanas para a estreia de Carr nos palcos), Carr então surgiu com um projeto de maquiagem para o personagem The Fox e Gene gostou da ideia, pois combinava com a personalidade real de Eric, que era muito astuto. Logo depois, o projeto original ainda seria um pouco modificado nas sessões de fotos que apresentaram Carr como membro do Kiss antes do seu primeiro concerto.
 Carr foi finalmente apresentado ao público em um programa dominical da ABC voltado para o público jovem chamado Kids Are People Too, filmado no final de julho de 1980 que foi ao ar em setembro do mesmo ano. Sua primeira apresentação com a banda foi na casa de show Palladium em Nova Iorque, em 25 de julho de 1980.

 Seus pais foram orientados a não contar a ninguém a respeito da entrada de seu filho ao Kiss para manter a mística em torno do fato de ninguém saber como era o novo membro sem maquiagem. Quando assistiam ao primeiro concerto do filho com a banda, foram reconhecidos por um colega que havia trabalhado com Paul Caravello na manutenção de fogões e não fazia ideia de que era ele no palco naquela noite. O pai de Carr, Albert Caravello, conta no DVD Tale Of The Fox que o rapaz perguntou o que eles faziam ali. "Ele perguntou: 'Vocês gostam de Kiss?'" "Eu respondi: 'Sim! ,Carr disse posteriormente que mesmo após entrar para o Kiss ainda fez alguns trabalhos como técnico de fogões. No natal de 1980, a equipe do Kiss comprou um Porsche para Eric andar apropriado ao estilo rock star. Mas ironicamente, Eric relata que o carro quebrou diversas vezes.
 Sua persona permaneceu consistente por três anos até que a banda anunciou o abandono das maquiagens em setembro de 1983 num programa ao vivo da MTV. A mudança drástica veio como reação a um declínio de vendas e uma turnê fracassada nos Estados Unidos. Carr disse que achava que a banda estava chegando ao fim, mas o Kiss lentamente começou a se restabelecer novamente ao sucesso. Nessa época, Carr ganhou uma grande reputação entre os fãs por ser bastante amigável e acessível. Ele respondia muito mais cartas do que os outros membros e muitas vezes adicionava mensagens aos seus autógrafos, não se importando muito com o tempo para cada fã. Apesar de ter vindo substituir um membro da formação original, Carr ganhou uma grande base de fãs rapidamente devido as suas destacadas habilidades de percussão e sua personalidade amigável.
 O primeiro álbum de Carr com o Kiss foi Music from The Elder, que marcou a mudança de direcionamento da banda para uma espécie de arte-rock místico. Uma das contribuições de Carr para o álbum foi Under the Rose, uma das poucas canções do Kiss em compasso 6/8 e que conta ainda com um coro em estilo gregoriano. Mais tarde, ele também seria creditado como co-escritor em Loose Breakin 'All Hell, Under the Gun, No, No, No, entre outras. Carr disse que considerava escrever letras mais difícil do que escrever partituras.
 Além de bateria, Carr também tocava guitarra, baixo, piano e fazia backing vocals. Ocasionalmente, ele cantou os vocais ao vivo com o Kiss, como em Black Diamond e Young and Wasted. Seu primeiro vocal no estúdio apareceu na regravação de Beth(uma música originalmente cantada por Peter Criss), na compilação Smashes, Thrashes & Hits, lançada em 1988. Carr gravou sua versão da música na mesma sala da Record Plant onde a original foi gravada e usando a mesma backing track de Criss. Carr declarou depois que se arrependeu de cantar uma música que já tinha sua versão definitiva desempenhada por outro membro, mas que ele estava tão desesperado em finalmente gravar algo no vocal que concordou em fazê-lo.
 Em 1989, ele gravou uma fita demo com o guitarrista do Kiss Bruce Kulick. Carr escreveu a música, tocou baixo e bateria e Kulick tocou guitarra. Como Carr não era um letrista proficiente, apresentou a demo para Simmons citando um clássico de Marvin Gaye: Ain't That Peculiar(Isso não é peculiar). Simmons reescreveu a letra e a música foi lançada com o nome de Little Caesar, no álbum Hot in the Shade. Ele cantou a música ao vivo algumas vezes, mas ela não foi mais tocava após o primeiro mês da turnê. A última apresentação ao vivo de Carr com o Kiss foi em 9 de novembro de 1990 no Madison Square Garden, Nova Iorque.
 A última gravação de estúdio de Carr foi a música God Gave Rock 'N' Roll to You II, com ele próprio no vocal de apoio. A última aparição pública de Carr com a banda foi no MTV Video Music Awards em setembro de 1991.
Influências:
 Em seu currículo enviado para o Kiss em 1980, Eric disse que seu estilo de tocar bateria passava pelo heavy metal e hard rock ao pop e new wave, declarando também que conseguia se adaptar facilmente em quase todas as situações. Dono de um estilo essencialmente rápido, ele listava John Bonham, Keith Moon e Lenny White como influências.

 Além disso, Carr era um ávido fã dos Beatles e de Ringo Starr. Em uma entrevista, ele lembrou: "Eu fui pego por toda essa coisa de Beatlemania. Eu acho que fui atraído para a bateria por causa do sentimento do ritmo e de como isso vem até você ali sentado em seu assento. Adorava a forma como Ringo agia, identifiquei-me com ele na hora.”

 O interesse de Carr pelo bumbo duplo veio por sua admiração por Ginger Baker e John Bonham. Em uma entrevista dada para a 16 Magazine, ele disse: "Eu simplesmente amava a forma como Bonham tocava bateria."
 Eric também gostava de diversos estilos musicais. O compositor Adam Mitchell disse uma vez que Carr conhecia muito sobre folk, R&B e outros estilos além do rock. Em uma entrevista no USA Channel em 1983, Eric disse que ouvia um monte de Neil Young e gostava de gêneros variados de música.
 De acordo com Simmons, o estilo denso de Carr tornou o Kiss uma banda de sonoridade mais pesada em contraste ao estilo influenciado pelo jazz de Peter Criss.
MORTE:
 Em fevereiro de 1991, Carr começou a se sentir mal. Exames médicos preliminares indicavam problemas de saúde facilmente gerenciáveis, mas, no entanto, logo depois ele foi diagnosticado com uma doença inesperadamente grave e extremamente rara: câncer no coração. Em abril de 1991, Carr foi submetido a uma série de cirurgias para remoção de diversos tumores no seu átrio direito e pulmões, numa tentativa de restaurar a função cardíaca e impedir o crescimento do câncer. Ele se recuperou suficientemente ao ponto de pressionar Paul Stanley e Gene Simmons para deixá-lo voltar para a banda, já que o seu substituto Eric Singer(baterista que havia trabalhado em uma turnê solo de Stanley) já estava fazendo gravações em estúdio. Segundo os dois afirmaram posteriormente, eles diziam continuamente para Carr que assim que ele estivesse completamente saudável poderia ser o baterista do Kiss novamente. Nessa altura, a banda estava para gravar o videoclipe de God Gave Rock and Roll To You e Carr perguntou para Gene e Paul se pelo menos poderia estar nesse vídeo, e os dois concordaram. Ele foi para Los Angeles em julho de 1991 para gravar o videoclipe e usou uma peruca por causa da queda de cabelo decorrente do tratamento. Após a gravação, voltou para Nova Iorque para continuar a se tratar. Sua saúde se deteriorou tanto ao ponto de não conseguir tocar para as gravações de Revenge, o próximo álbum do Kiss, então Eric Singer precisou ser chamado para gravar. Após passar os meses seguintes em um tratamento agressivo, o câncer entrou em remissão e a saúde de Carr parecia melhorar.
 Em setembro de 1991, participou do MTV Video Music Awards com o Kiss. Não muito tempo depois disso, ele sofreu um aneurisma e precisou ser hospitalizado. Ele sobreviveu a esse episódio, no entanto, alguns dias depois sofreu uma hemorragia cerebral severa causada por células cancerosas que foram transportadas em sua corrente sanguínea para a cabeça. Ele nunca mais recuperaria a consciência após isso. Alguns dias depois, em 24 de novembro de 1991, Carr morreu aos 41 anos de idade. Coincidentemente, Carr morreu no mesmo dia em que Freddie Mercury.
 Para fazer jus à acessibilidade que Carr tinha com os fãs, sua família permitiu que seu velório fosse aberto ao público, reservando apenas o enterro como evento privado. O cortejo fúnebre foi bastante longo e movimentado, com patrulheiros do Estado de Nova Iorque presentes para garantir que os fãs não invadissem o cemitério. Carr foi enterrado no Cemitério Cedar Hill em Newburgh, Nova Iorque.
 Após sua morte, o Kiss dedicou o álbum Revenge a Carr e lançou-o contendo um antigo solo gravado pelo baterista durante as gravações de Music From The Elder intitulado Carr Jam 1981. Em 1999, em conjunto com a família de Carr, o guitarrista Bruce Kulick produziu o álbum Rockology, que contém músicas que os dois e Adam Mitchell estavam trabalhando antes de sua morte.




segunda-feira, 17 de julho de 2017

Up Where We Belong(Lá onde nós pertencemos)


 É o título de uma canção escrita por Jack Nitzsche, Buffy Sainte-Marie e Will Jennings. Ela foi gravada por Joe Cocker e Jennifer Warnes para o filme de 1982 An Officer and a Gentleman, no Brasil lançado com o nome A Força do Destino.
 Richard Gere recusou-se a filmar o final do filme, a cena onde Zack chega à fábrica de Paula vestindo seu uniforme naval branco e a carregaria pela fábrica. Ele acreditou que não iria ser interessante, por ser muito sentimental. O diretor Taylor Hackford concordou com Gere, até que, durante um ensaio, as pessoas começaram a aplaudir e chorar. Quando Gere viu a cena mais tarde, com a música Up Where We Belong adicionada, ele disse que lhe deu calafrios. Gere convenceu-se que Hackford fez a decisão certa.
 O produtor Don Simpson, sem sucesso, exigiu que Up Where We Belong fosse cortada de An Officer and a Gentleman, dizendo: A MÚSICA NÃO É BOA, NÃO É UM HIT.
 O single, lançado pela Island Records em 1982, tornou-se um número um na Billboard Hot 100 em 6 de novembro de 1982 e se manteve nesta posição durante três semanas, atingindo também o número 7 no UK Singles Chart.
 Up Where We Belong ganhou o Globo de Ouro de Melhor Canção Original e o Oscar de melhor canção original em 1983. Também conquistou o prêmio BAFTA de Melhor Canção Original em 1984. Cocker e Warnes também ganharam o Prêmio Grammy para Melhor Performance Pop por um Duo ou Grupo com Vocais em 1983 pela interpretação desta canção.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Armandinho (guitarrista)


Armando da Costa Macêdo, conhecido como Armandinho (Salvador, 22 de maio de 1953), é um instrumentista, cantor e compositor brasileiro, nascido na Bahia. É filho de Osmar Macêdo (da dupla Dodô e Osmar), músico e idealizador do trio elétrico.
 Armandinho formou o grupo de frevo Trio Elétrico Mirim em 1962 e em 1967 a banda de rock Hell's Angels. Em 1969, apresentou-se no programa A grande chance, da TV Tupi, apresentado por Flávio Cavalcanti. Classificou-se em 1º lugar na fase eliminatória, e no ano seguinte foi contratado pela emissora para gravar seu primeiro disco, um compacto duplo e posteriormente um LP. Em 1974 juntou-se a seu pai e outros músicos para formar a banda Trio Elétrico Armandinho, Dodô & Osmar, lançando diversos discos carnavalescos ao longo da década de 80.

 Paralelamente, no final dos anos 70, Armandinho formou o conjunto A Cor do Som, que inicialmente serviu de banda de apoio a Moraes Moreira (que também apresentava-se no Trio Elétrico Armandinho, Dodô e Osmar). Ao lado de Dadi (baixo e vocal), Mú Carvalho (teclados e vocal), e Gustavo Schroeter (bateria), a banda lançou seu primeiro disco em 1977 e se notabilizou pela alta qualidade instrumental, mesclando sonoridades de rock, jazz e música brasileira. Em meados de 1979 Ary Dias(percussão e vocal), que também tocava no Trio Elétrico, passa a integrar o grupo, e apresentam canções inéditas no Festival de Jazz de Montreux na Suíça. Alcançam novo patamar de sucesso ao introduzirem canções cantadas a partir do disco seguinte, o álbum Frutificar. Beleza pura(Caetano Veloso), Abri a porta(Gilberto Gil - Dominguinhos), Zanzibar(Armandinho - Fausto Nilo) tocaram intensamente nas rádios.

 Armandinho deixa a banda em meados de 1981 para se dedicar à carreira solo e seu projeto com Dodô e Osmar. Ao longo dos anos seguintes, tem dado continuidade a seu trabalho instrumental, voltado para o choro e outros gêneros, gravando e se apresentando ao lado de músicos como Raphael Rabello, Paulo Moura, Época de Ouro, Moraes Moreira, Pepeu Gomes, Caetano Veloso, Yamandú Costa, entre outros. Em 2005 se reúne novamente com A Cor do Som, gravando um disco acústico e realizando shows esporádicos.

Discografia:
1974 - Jubileu de Prata
1975 - É a Massa
1976 - Bahia, Bahia, Bahia...
1977 - Pombo Correio
1978 - Ligação
1979 - Viva Dodô & Osmar
1980 - Vassourinha Elétrica
1980 - Trio Elétrico Instrumental(compilação)
1981 - Incendiou o Brasil
1982 - Folia Elétrica
1983 - A Banda de Carmen Miranda
1983 - Armandinho e o Trio Elétrico de Dodô e Osmar
1985 - Chame Gente
1985 - Dá um Break (compacto)
1987 - Aí Eu Liguei o Rádio
1988 - Trio Espacial
1991 - Estado de Graça
1996 - filhos da Alegria
2000 - Jubileu de Ouro
A Cor do Som:
1977 - A Cor do Som
1978 - Ao Vivo em Montreux
1979 - Frutificar
1980 - Transe Total
1981 - Mudança de Estação
1996 - Ao Vivo no Circo
2005 - A Cor do Som Acústico
 O álbum Mudança de Estação foi o último álbum da Cor do Som com a participação de Armandinho, antes do fim da banda em 1987 e do retorno da banda em 1996, com o álbum Ao Vivo no Circo.
Solo:
1969 - Armando Macêdo – (compacto duplo)
1989 - Brasileirô
1993 - Instrumental no CBB - Época de Ouro e Armandinho
1996 - Brasil Musical - Série Música Viva - Armandinho e Raphael Rabello
1997 - O Melhor do Chorinho Ao Vivo - Armandinho e Época de Ouro
1997 - Raphael Rabello e Armandinho - Em Concerto
1999 - Retocando o Choro
2001 - Caetano & Gil
2003 - Retocando o Choro Ao Vivo
2009 - Pop Choro
2009 - Paulo Moura e Armandinho – Afrobossanova

segunda-feira, 26 de junho de 2017

How Can You Mend a Broken Heart


É uma canção de 1971 escrita por Barry e Robin Gibb dos Bee Gees e lançada como single. Foi gravada no álbum Trafalgar. É a primeria música da banda a alcançar o primeiro lugar nas paradas dos Estados Unidos.
 Recentemente, a canção aparece no iPod do personagem de Denzel Washington no filme O Livro de Eli, também no filme Um Lugar Chamado Notting Hill.
 Posteriormente, também gravada por Al Green alcançando grande sucesso


quinta-feira, 8 de junho de 2017

Knockin' on Heaven's Door



 É um single de Bob Dylan, lançado na trilha sonora do filme Pat Garrett & Billy the Kid. É uma de suas canções mais famosas, regravada por diversos artistas e grupos musicais, fizeram cover da canção tais como Mungo Jerry, Guns N' Roses, Eric Clapton, The Grateful Dead, Led Zeppelin, Aerosmith, The Sisters of Mercy, Bryan Ferry, The Alarm, Bob Marley, Mark Knopfler, Bruce Springsteen, U2, Heaven, Nina Hagen The Lost Dogs, Randy Crawford, Babyface, Beau Jocques, Nazareth, Chaozz, Avril Lavigne, Zé Ramalho (Brasil), Rick Devin, Warren Zevon, Roger Waters, Pink Floyd, Heaven, Raul Seixas, DJ Jamaika, IRIS, Antony Hegarty e Lana Del Rey.
 Versão nacional gravada por Zé Ramalho Batendo na Porta do Céu, em 1997 gravada no álbum Antologia Acústica, foi muito fiel à música original, tanto no que diz respeito à melodia, como em sua letra.
 A canção apareceu nas coletâneas War Child (álbum oficial dos Jogos Olímpicos de Verão de 2004) e Peace Song.

 No Brasil ficou por 10 semanas no Hot 100 Singles, chegando na posição 35° por 2 semanas e no Japão chegando na posição 48° apenas por uma semana no Tokio Hot 100 e 4 semanas na parada.